ESPANHA

Espanha é o mercado preferencial das empresas portuguesas que pretendem começar a exportar, e,a julgar pela união de empresas e pelas trocas comerciais que fazem de Portugal o terceiro cliente de bens espanhóis e o sétimo maior fornecedor do país vizinho.

Enrique Santos, Presidente da Câmara de Comércio e Indústria Luso-Espanhola (CCILE), aponta que “Espanha é o melhor mercado para as empresas portuguesas e um país de baixo risco (estabilidade a todos os níveis, político, económico, financeiro)”.

Vantagens na exportação ibérica

Espanha, com mais de 45 milhões de habitantes e a ocupar a posição de 14ª economia na importação de bens a nível mundial, traduz-se em boa oportunidade para os empresários nacionais: “O mercado espanhol apresenta enormes vantagens competitivas em relação a outros mercados, como a proximidade geográfica (é desnecessária a deslocalização, reduzindo-se os custos com a logística e o transporte) e cultural, a dimensão, legislação e a existência de práticas comerciais similares”, indica Enrique Santos. Além das referidas vantagens, também se pode destacar o conhecimento mútuo dos mercados e a semelhança dos níveis de desenvolvimento, que permitem maior adaptação portuguesa à realidade do país vizinho.

O Presidente da CCILE dá o exemplo de como a questão geográfica é muito importante para o sucesso das empresas nacionais em Espanha, através do “mercado designado por ‘Faixa transfronteiriça’ (províncias limítrofes de Pontevedra, Ourense, Zamora, Salamanca, Cáceres, Badajoz, Huelva e Sevilha) que representa um mercado de consumo que supera os 5,3 milhões de consumidores, isto é, 50% da população portuguesa e um PIB aproximado superior aos 100 mil milhões de euros”.

Desvantagens na exportação ibérica

Na opinião de Enrique Santos, existem poucas ou nenhumas desvantagens em exportar para o país vizinho. A principal ocorrência que pode tornar-se numa desvantagem para os empresários nacionais reside no facto de “existir uma elevada concentração das exportações portuguesas no mercado espanhol”. Ou seja, o mercado poderá ficar saturado em relação às empresas portuguesas e até aos seus produtos, constituindo, assim, um entrave ao sucesso das organizações portuguesas que pretendam lançar-se em Espanha.

Como identificar as oportunidades

Portugal vende, esencialmente, componentes para o setor automóvel, produtos agrícolas, e metais, mas, “As oportunidades existem em qualquer setor e em qualquer ponto da geografia espanhola. O importante é que exista uma estratégia clara para o mercado espanhol. Para isto, é fundamental conhecer e estudar a fundo as caraterísticas do mercado, as idiossincrasias e os hábitos e atitudes do mercado de consumo”, defende Enrique Santos.

O conhecimento que também passa pelos impostos. A liberdade de circulação de bens, capitais, pessoas e serviços é possível dentro dos países da União Europeia. No entanto, as empresas para se lançarem em Espanha terão que contar com o IVA (Imposto sobre o Valor Acrescentado) cobrado na importação. O IVA está dividido em três patamares e traduz-se numa taxa de 18% (taxa normal), aplicável à generalidade dos bens e serviços; de 8% (taxa reduzida), que incide sobre certos géneros alimentícios, água e alguns serviços (ex: hotelaria e restauração), e de 4% (taxa super reduzida), que recai sobre os produtos alimentares de primeira necessidade, medicamentos, livros, revistas e jornais. Além do IVA, poderá ainda ter o encargo do Imposto Especial de Fabrico, que incide sobre a produção, transformação ou importação de determinados produtos, como álcool, bebidas alcoólicas, produtos petrolíferos, tabaco e energia elétrica.